segunda-feira, 12 de março de 2018

Inclusão






Sabido, mesmo na era da globalização, novas gerações, tecnologia e valorização do capital humano, que a inserção da pessoa com deficiência - PCD no mercado de trabalho é um assunto que vem sendo amplamente discutido pela sociedade, pessoas, meios de comunicação estendendo-se principalmente para o meio empresarial.

Contudo, é de nosso conhecimento que isso somente acontece por meio da aprovação de leis específicas que tentam assegurar tal direito com objetivo final de atingir simplesmente cotas. Bem assim, sugiro especialmente uma reflexão sobre o assunto, em que, a proposta geral é oferecer soluções para que a lei de cotas "de vagas" na organização funcione como instrumento de inserção social efetiva. Para isso, as organizações e população deveriam integrar-se um pouco mais com a legislação pertinente e vigente.  Hoje, apesar do número elevado de empresas fora da cota é possível notar que existe uma preocupação com estes aspectos e também, no que diz respeito à inserção da pessoa com deficiência, como estrutura/acessibilidade adequada, política de inclusão e preparo dos demais colaboradores para receber as pessoas com deficiência no âmbito organizacional. Sugiro como fonte de pesquisa e instrumento para promover a inclusão social, o Manual de Dicas de Relacionamento com as Pessoas com Deficiência, elaborado pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de São Paulo, para subsidiar discussão, reflexão, melhoria, expertise no assunto, além de adquirir conhecimento de questões simples de relacionamento, nomenclatura, comportamento, cotidiano e noções de cada tipo de deficiência.

Minha proposta e ideia certamente estão atreladas ao comportamento e nas relações intra e interpessoal, incluindo assim, o entendimento, a educação, empatia e boa vontade para o novo, para a diversidade, ação que exige um exercício diário com a quebra de barreiras e paradigmas, julgamento sem fundamento, exercício da ética, preconceito, incluindo o comprometimento e bom senso de cada um, ato individual com esperança para mudar o todo.

Sim, creio que esse é o começo. Tenho que crer, acreditar no sujeito.

Acredito que deveríamos nos interessar cada vez mais por tal assunto, uma vez que a população cresce a cada ano, e a oferta de emprego para estas pessoas é significativa.

A deficiência, seja ela qual for não deve ser olhada como um fator impeditivo e de alienação da pessoa no meio onde está inserida, deve sim ser um ponto de partida para uma junção de forças, vontades e apoio educativo que a orientem e integrem como futuro cidadão.

Hoje, falar de inclusão, em nossa sociedade, é um desafio constante. As pessoas são dotadas de barreiras, existe a separação das escolas regulares dos alunos com deficiência, parece que o mundo prefere fazer de conta que isso não existe. Sim existe! Sinto que a barreira mais difícil está relacionada ao preconceito. A segunda é a estrutura física, que embora não seja tão difícil de ser superado, o poder público não tem disponibilizado verbas suficientes para que estas barreiras sejam superadas ou melhoradas. Outra barreira é a falta de conhecimento da população a respeito dos direitos dos deficientes por parte dos seus familiares em relação ao convívio, oportunidades de trabalho, educação e relacionamentos. Faço um questionamento, de que forma lutar por tais direitos se não se sabe nem mesmo que eles existem?

Com isso, é urgente o início de um trabalho de divulgação dos direitos que os deficientes possuem. Quanto professora sinto que o contato das pessoas com deficiência com as outras, em classe, faz desenvolver sentimentos de respeito, compreensão e solidariedade.
Tenho absoluta noção que minhas palavras são apenas pequenos metros numa longa estrada que temos que caminhar todos em conjunto, mas também sei que os poucos em breve se tornam muitos, essa é a diferença.

Apesar de toda as barreiras, falta de informação e qualquer dificuldade, nada deve impedir que a inclusão aconteça.

É preciso que as pessoas com deficiência possam ter os mesmos direitos que as demais, isso inclui sua efetiva inserção, ou seja, é necessário que as empresas proporcionem um ambiente facilitador e adequado visando o desenvolvimento profissional destas pessoas e assim, evitar a disputa simplesmente pelo candidato por sua deficiência e não pela sua eficiência, além de ressaltar o fator primordial de ser, viver, desenvolver, criar, produzir com todos os direitos de cidadão e não da lei.





Regina Célia Pires é Mestre em Recursos Humanos e Gestão do Conhecimento pela FUNIBER, professora universitária e sócia da RHabiscando https://pt-br.facebook.com/RHabiscandoRHabiscando/

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