Dirigir ou conduzir uma
organização do século XXI não é
simplesmente um exercício de gerenciamento
técnico.
Quando ouvimos a palavra
Governança imediatamente pensamos em empresas e organizações. Mas, seria a Governança
um fator facilitador ou complicador para a cultura das empresas e das pessoas
na 4ª. Revolução Industrial?
Minha visão é de que
ainda que sua equipe e sua organização não pratique a Governança ou não esteja
totalmente preparada para a 4ª. Revolução Industrial, você pode (e deve) sim
criar as bases para ter uma cultura de Governança em seu departamento que siga
minimamente os preceitos das linhas mestras da Governança Corporativa, bastando
para isso mais esforço de sua parte e de sua equipe, disposição para enfrentar
desafios, e principalmente para a tomada de decisões de forma rápida, concisa e
assertiva.
Muitas pessoas, e em
especial, os gestores de pequenas empresas ou organizações podem ter o
sentimento de que estamos falando de algo complexo e sofisticado de ser criado
e gerenciado.
Em fato não é!
Para esclarecer esta
dúvida, quero primeiro conduzir seu raciocínio para os domínios de negócios no
século XXI e no contexto cultural da 4ª. Revolução Industrial, ou, Industria
4.0.
Com o advento da
tecnologia e da chamada 4ª. Revolução Industrial, a informação tem se tornado
um valor em si mesmo, pois sem ela negócios perdem em eficiência e eficácia.
Dados e informações por vezes permitem criar novos negócios, na mesma medida em
que aumentam a velocidade com que negócios podem ser realizados. Ou seja,
velocidade é essencial em um mundo globalizado e pressionado por custos, onde
negócios precisam ser dinâmicos e a tecnologia precisa ser um aliado na busca
por maior dinamismo e velocidade capaz de atender aos anseios do negócio.
Mas ao mesmo tempo a
organização precisa estar preparada para esta velocidade e dinamismo, sem
deixar de ser transparente, ética e responsável. Além disso, temos em último
ponto que observar: a questão cultural de onde a organização esta inserida.
Para entender a questão
cultural de onde uma empresa ou organização esta estabelecida e realiza seus
negócios, podemos utilizar genericamente o modelo cultural de Lewis (detalhes
disponíveis em https://www.crossculture.com/latest-news/the-lewis-model-dimensions-of-behaviour/
).
Neste modelo,
constatamos que os valores de uma sociedade em relação aos processos e a forma
como reagem às ações necessárias, podem ser representadas em 3 extremos: Ativo
– Linear: exemplificado pela conduta do povo Alemão e do povo Suíço. Reativo:
exemplificado pela conduta da maior parte dos povos Asiáticos. Emocional ou
Multi-Ativo: exemplificado pelo Brasil e países latinos em geral.
Parece duro de ouvir
este diagnóstico de que nós brasileiros, assim como nossos irmãos latinos,
somos considerados “multi-ativos” por tomarmos decisões não puramente
racionais, mas decisões com base no calor, emoção, eloquência ou impulso. Já
presenciaram isto alguma vez em suas carreiras? Eu já vi isso dezenas de vezes.
Mas se olharmos
comparativamente este efeito cultural em diferentes organizações ou empresas de
um mesmo segmento de atuação, porém pertencentes a dimensões diferentes no
modelo cultural de Lewis, podemos identificar diversos aspectos em seu
comportamento de Governança que estão diretamente relacionados com a sua
cultura, em especial, do local de sua operação.
Não estou aqui
defendendo um tipo cultural ou o outro, todos tem suas vantagens e
desvantagens, mas percebam que todos demandam um mesmo tipo de ambiente
adequado para existirem e estabelecerem condições para a Governança.
Este ambiente adequado
para as organizações é aquele onde as linhas mestras da governança são
possíveis e respeitadas, e onde há legalidade e legitimidade para que elas
possam existir respeitando as leis e legislações em vigor, e também as linhas
mestras da Governança Corporativa: Transparência, Prestação de Contas,
Equidade, e Responsabilidade.
Como conseguir tudo
isso?
Mantenha tudo simples, e
lembre-se de tomar decisões com ética e dentro da razão, ou como diria o
Professor e Filósofo Marcos Weiss: “eu posso concordar com o risco, mas não
posso concordar com a inconsequência”.
Marco Pozam é professor da Escola Paulista de Negócios
(https://www.linkedin.com/in/mpozam/)
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