sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Custo de Vida da Classe Média fecha 2014 abaixo da meta, em 6,3

No ano de 2014, o Índice do Custo de Vida da Classe Média - ICVM  - fechou ligeiramente abaixo do limite superior da meta da inflação, em 6,31%. No mês de Dezembro o ICVM acusou alta de 0,45%, inferior aos 0,77% ocorrido no mês anterior. Veja o quadro abaixo:

Variação no
Variação nos últimos
Mês 2014
Mês – em %
12 meses – em %
Janeiro
1,18
5,22
Fevereiro
0,73
5,54
Março
0,71
6,32
Abril
0,59
6,56
Maio
0,24
6,53
Junho
0,14
6,45
Julho
0,32
6,61
Agosto
0,37
6,60
Setembro
0,23
6,46
Outubro
0,40
6,36
Novembro
0,77
6,64
Dezembro
0,45
6,31

Por grupos, as variações e as contribuições relativas para o aumento em Dezembro, estão apresentadas na tabela seguinte.

Participação no
Variação em
Contribuição
Grupo
Índice -
Dezembro
Relativa para o
Peso em %
em %
Aumento – em %
1. Habitação
30,3090
0,14
9,4
2. Alimentação
16,5834
0,42
15,4
3. Transportes
16,3698
0,45
16,3
4. Despesas Pessoais
14,0600
1,20
37,3
5. Saúde
10,2657
0,68
15,5
6. Educação
7,0497
0,02
0,3
7. Vestuário
5,3624
0,49
5,8
Total
100,0000
0,45
100,0


O Índice

“O Índice do Custo de Vida da Classe Média, elaborado pela Ordem dos Economistas do Brasil, diz respeito às famílias paulistanas que recebem de 10 até 39 salários mínimos, e abrange cerca de 20% da população da Cidade de São Paulo, e 40% da massa consumidora.  Corresponde às classes média-média e média alta”, explica José Tiacci Kirsten, Professor Titular de Econometria da FEA/USP, Coordenador do ICVM OEB, e Diretor Presidente da Data Kirsten. 
As variações de Dezembro

Os grupos Despesas Pessoais, Transportes, Saúde e Alimentação, respondem por 85% da variação do Índice.

O grupo Despesas Pessoais foi o vilão do mês, com aumento quase o triplo superior a média, e de 1,20% e de 9,65% no ano e sozinho responde por 37,3% na majoração do indicador. Aqui cabe destaque para  as  viagens  de  Excursão  (+ 3,82%)  e passagem aérea (+ 5,35%), e cabeleireiro feminino/manicure (+ 0,48%). Somente estes três itens respondem por quase 15% da majoração do ICVM.

Por seu turno, o grupo Transportes, que pressionou o índice em 16,3%, aumentou no mês 0,45%, embora no ano acumule uma alta de apenas 4,02%. Destaque para o aumento médio de 1,23% no subgrupo manutenção do veículo, com os itens etanol (+ 2,47%) e gasolina (+ 0,65%). No próximo mês este grupo deve pressionar bem o índice, em vista do aumento de 16,7% no preço das passagens de ônibus e metrô.

O terceiro grupo a pressionar o ICVM, foi saúde (15,5%). O grupo cresceu 0,68% em Dezembro e acumula alta de 7,98% no ano de 2014. Aqui o maior acréscimo ocorreu, novamente, com os Planos de Saúde (0,97%) e que aumentaram 9,13% em 2014.

O grupo alimentação, com contribuição relativa de 15,4%, teve uma majoração de 0,42% no mês e de 8,04% no ano. O que mais contribuiu para o seu avanço, foram as majorações no subgrupo carnes bovinas (+ 2,20%), com destaque para os aumentos de contrafilé (+ 3,83%) e alcatra (+ 3,90%). O feijão experimentou uma alta de + 14,26% em Dezembro, a batata de + 11,73% e alimentação fora do domicílio de + 0,80% no mês e 8,91% no ano.

O grupo Habitação cresceu 0,45% no mês em 6,31% no ano. O grupo Vestuário, respectivamente, 0,49% e 4,39%, e finalmente o grupo Educação com 0,02% no mês e 8,68% no ano.  

O Novo Índice de Serviços x Produtos

O ICVM foi desmembrado em dois Sub-Índices: Serviços e Produtos. O sub-índice de serviços é composto por 82 itens e tem um peso de 56,41% no índice geral. O sub-índice de produtos apresenta 386 componentes e pesa 43,59%. Em Dezembro, o índice de serviços experimentou uma alta de 0,50%, e acumula uma elevação de 6,93% no ano de 2014. O índice de produtos aumentou 0,37% e a alta acumulada em 12 meses é de 5,48%. 

O Índice de Difusão

Dos 468 produtos pesquisados, 286 ou 61% aumentaram, 36 ou 8% permaneceram estáveis e os restantes 146 ou 31% caíram. Em relação ao mês anterior o índice apresentou uma queda. Caiu de 66% em Junho, para 61% em Julho, 52% em Agosto, 52% em Setembro, 65% em Outubro, 68% em Novembro, e agora está em 61%, devido a uma menor pressão dos preços dos alimentos.

As Fontes dos Dados

Os dados brutos de preços são fornecidos por 2 fontes: uma própria da Ordem dos Economistas, principalmente na construção dos Índices Hedônicos referente a bens e serviços mais sofisticados e que são consumidos e utilizados pelas classes média-média e média-alta. A outra fonte é da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - FIPE que, por meio de convênio com a Ordem dos Economistas, se prontifica a fornecer mensalmente as variações de preços dos subitens que compõem o seu Índice de Preços ao Consumidor.

A tabela a seguir, resume os aumentos verificados por grupo no ano de 2014, em ordem decrescente:


Majoração em
Grupo
2014 - em %
Despesas Pessoais
9,65
Educação
8,68
Alimentação
8,04
Saúde
7,98
Habitação
6,31
Vestuário
4,39
Transportes
4,02
Média
6,31

Fonte: Corecon- SP, autores: 
HÉLIO PERAZZOLO  
BARBARA COSTA
GABRIEL MAGNO

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