quinta-feira, 30 de agosto de 2018

A importância dos programas Stricto Sensu para as IES


Este artigo (post) serve apenas para posicionar você em relação ao cenário mais recente (2016) da avaliação das instituições de ensino superior realizada pelo INEP e divulgada em seu portal. 

Vou apresentar para você três gráficos interessantes. O primeiro, denominado Gráfico 1 totaliza as IES por seu resultado geral que é chamado de IGC (índice Geral de Cursos) que é a média das avaliações de todos os cursos de uma instituição, inclusive apropriadas as notas dos programas de Mestrado e Doutorado.

Veja que a maior parte das IES está na média da avaliação que usa uma escala de 1 a 5. Em uma próxima oportunidade vamos falar sobre o cálculo do IGC. Por enquanto veja apenas a distribuição das IES brasileiras da rede privada. Melhor deixar as IES públicas e sem fins lucrativos fora desta análise para que possamos entender melhor o cenário.

Fonte: INEP(2018)


Em seguida veja o Gráfico 2. Ele foi construído a partir do chamado IGC contínuo que traz um cálculo em que se consideram três casas decimais em seus resultados. Essa forma de cálculo pode colocar uma IES em situação confortável dentro de sua faixa de IGC ou pode deixá-la em uma situação que merece cuidados. No gráfico estão apontados os números de IES cujo IGC contínuo está há pouquíssimos pontos para fazê-la subir para uma faixa na escala do IGC.

Fonte: INEP(2018)


Por outro lado, no Gráfico 3, o mesmo efeito é apresentado, porém apresentando a quantidade de IES cujo IGC contínuo está muito próximo do limite inferior da faixa de IGC o que torna maior o risco geral da IES.

Fonte: INEP(2018)

Você já deve ter percebido que se a escala usada pelo INEP para o IGC vai de 1 a 5, a média (ou chamado desempenho satisfatório) posiciona-se no IGC 3. Cair para IGC 2 ou 1 assim como estar nessas faixas de IGC significa perdas consideráveis na gestão e nos resultados das IES, inclusive para candidatura a diversos programas de financiamento estudantil.

Os gráficos 2 e 3 foram construídos levando em consideração apenas as IES que não possuem nenhum programa de mestrado ou doutorado. Assim sendo você pode deduzir que, apesar de não serem lucrativos em primeira vista, Pós-graduação Stricto Sensu pode significar o alcance de um IGC positivo para as estratégias da IES ou a falta deles pode elevar o risco para aquelas IES que estão na faixa 3 e bem próximas da faixa 2 por questão de IGC contínuo.

Se você é CEO, Reitor ou Pró-reitor pense nisso para decidir quais passos precisam ser tomados para atender os interesses dos investidores da IES sem agregar risco demasiado ao resultado dos negócios educacionais que gerenciam.






Luiz Felipe Quel 
Doutor em Administração pela USP, consultor educacional e professor universitário.



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