Pequena
crônica em homenagem a São Paulo
Minha
Paixão por ela
Minha relação com ela sempre foi
agitada. Minha relação com ela sempre foi apertada. Minha relação com ela
sempre foi dividida. Minha relação com ela sempre foi divertida. Minha relação
com ela sempre foi cheia de amor e ódio, mas como posso desmentir meu coração
se ela, ao longo dos anos, tornou-se mais uma grande paixão.
Vivo nela há alguns anos, porém há
pouco aprendi a respeitá-la e, mesmo não conseguindo ainda compreendê-la por
completo, diante de sua exuberância, aos poucos comecei a amar
essa grandiosa que, mesmo não recebendo o respeito merecido, não deixa de lado
aqueles que por ela se enamoram.
E
quem é essa que a muito devo? Ela que me mostrou o desconhecido e disse o
quanto desprotegido eu sou?
Falo
de São Paulo, essa grandiosa, que como disse um alguém. “Tem o fascinante poder
de abrigar dentro de si, varias outras etnias, cidades, pessoas e paixões”.
Vejo
São Paulo como quem olhou por uma janela e, através dela, enxergou o novo
mundo. Um lugar que me trouxe encantamentos e fascinações.
Talvez
eu não devesse “Caetanear”, mas assim como o poeta, “Quando cheguei por aqui,
também não entendi” e talvez nunca entenda, pois mesmo com “Uma dura poesia discreta”,
a cada nova esquina. Vejo um povo bondoso, trabalhador e sempre disposto a
ajudar. Vejo pessoas de raças, sotaques, cores, crenças e vidas diferentes,
buscarem desde o amanhecer até o fim de cada dia, o caminho para a realização
do sonho chamado São Paulo e, mesmo não conseguindo, ao final de sua jornada
não desanimam, levantam a cabeça e reúnem forças para desbravar novas
possibilidades ao sentirem o raiar de um novo sol de esperanças.
Sinto
por essa cidade, a vontade de ser dela, de viver nela e poder nela ser feliz.
Tenho por esse lugar, um respeito a sua gente, que tão bem representa esse
país. Vejo por aqui, o caminho que guia o futuro dos fortes, lutadores e
sonhadores. Creio que aqui, as oportunidades surgem para aqueles que as buscam
e com isso, tento, do meu jeito, ser merecedor delas.
Ela
me deu tudo que busquei, me deixou ser aquilo que um dia almejei. Ela me tirou
coisas e pessoas que jamais pensei, mas me dará aquilo que sempre sonhei. É por
isso, que por ela, desde o primeiro dia, mesmo sem saber, acho que me
apaixonei.
E
ao me tornar sabedor desse tão inesperado fato, peço perdão a terra de onde
vim, sei que lá também fui feliz, mas é aqui onde estou que verdadeiramente
descobri quem sou.
É depois desse pequeno relato que acabei de inserir,
só me resta agradecer e falar a quem quiser ouvir obrigado São Paulo por
existir.
Texto originalmente publicado em: http://miscelaneasim.blogspot.com.br