Autogestão, palavra
praticamente autoexplicativa, contem em conteúdo subliminar aquilo que é a
própria subjetividade da realidade intrapessoal de cada ser humano. Um conceito
que enfatiza e ilustra bem, é a própria definição de competência [
conhecimentos + habilidades + atitudes + valores + entusiasmo = CHAVE (e não
apenas CHA, como no passado) ], onde o querer é fator determinante, podendo ser
realizador ou permanecer em estado latente, num amor platônico que nunca se
concretiza. Se o ser não avançar nesse entendimento, que é o próprio
autoconhecimento, focando no próprio aprimoramento técnico e comportamental,
infelizmente vai-se ter muitas dificuldades, sobretudo no século 21, em um
mundo que se inova e se reinventa numa velocidade nunca antes vista!
O ponto de partida é o
auto reconhecimento – autoanálise – dos pontos fortes e de melhoria, criando
planos de ações para a constante evolução, simultaneamente com a busca das
ferramentas que serão necessárias para a melhor planejamento e execução de suas
tarefas, para o alcance da excelência e resultados crescentes, criando uma
espiral virtuosa onde a pessoa/profissional cresce junto com sua atividade na
empresa/mercado. Sobre onde buscar esse conhecimento, nos bons centros de
formação, onde se preparar e prosseguir num processo alternado ou continuo onde
o profissional pode adquirir os melhores conteúdos e experiências, através de
seus professores e network dentro e fora de sala.
É importante chamar para si a responsabilidade
pelo próprio desenvolvimento e não delegá-la a terceiros. É necessário compreender, sem melindres, que
a delegação é uma ação escapista e que nos coloca reféns de nós mesmo, em uma
nebulosa zona de conforto. Assumir conscientemente seu próprio processo é a
chave da realização pessoal/profissional, da felicidade/sucesso que todos almejamos.
Usando de uma figura de linguagem, a situação é parecida a um doente que quer
que os outros tomem seu remédio para que ele fique curado – isso simplesmente
não existe.
É sempre importante
separar competências em duas formas didáticas: comportamentais e técnicas.
Quando falamos de autogestão, estamos nos referindo principalmente às tão
subestimadas quanto essenciais competências comportamentais! Sem elas o ser não
se estabiliza, está sem base, pois são as que realmente vão fazer, ou não, toda
a diferença para autorrealização. As tão procuradas competências técnicas, numa
avaliação técnica, podem ser obtidas através de cursos e treinamentos, bastando
a utilização de recursos mínimos do grande manancial que é o potencial de cada
ser humano. O ponto crucial é que todo conhecimento técnico arquivado, toda
habilidade não exercida, se perdem o subsistem minimamente ao longo do tempo,
se não houver de fato a postura atitudinal, através da vontade e do querer
somados com os demais talentos que todos possuímos, mas que a maioria de nós
ainda desconhece na quase totalidade.
Porém e infelizmente,
nem todas as empresas possuem um RH devidamente preparado para uma apreciação
mais profunda do ser em seus processos seletivos, que avaliam os candidatos em
cima de padrões tão previsíveis e pré-estabelecidos que podem sofrera
manipulação de seus avaliados, exceto, sem dúvida, em casos que envolvem
transtornos ou patologias evidentes. As competências se tornam mais evidentes
em dinâmicas de grupo onde exista o inusitado, que possa apreciar o ser tão
autentico quanto possível. A entrevista por competência é um processo muito
interessante, seja para as competências comportamentais ou técnicas, pois pode
conseguir avaliar as realizações do profissional que possui um histórico
razoável – o que não se aplica para aqueles que buscam o mercado pela primeira
vez ou ainda com breve currículo. Na maior parte das vezes, nos processos
atuais, convencionais, as competências não são de tão fácil evidencia e testes
e provas especificas não são garantia de acerto.
Acredito que o a
civilização global caminha para a autogestão muito bem
desenvolvida. Obviamente que as
velocidades são diferentes, decorrência da diversidade de culturas e
disparidades socio-político-econômicas inevitáveis, além do crucial fator
humano, já que uma sociedade é feita da somatória de seus membros e estamos
falando de uma ação interna, pessoal, intransferível e que deve ser um
permanente ciclo virtuoso em nossas vidas. Sociedades com indivíduos com esse
comprometimento e engajamento, seria uma sociedade com pessoas que, acima de
tudo, se amam e ao que fazem, realizando mais e melhor por toda vida!
Mauro Souza é professor da FGV e
Gerente Executivo na EMPZ EduCon
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTE