Como digo aos meus alunos, o conhecimento, mesmo que básico, sobre a economia (neste caso relacionados as políticas econômicas) é algo que todo cidadão deveria ter, pois lhe dá fundamento para entender algumas das decisões que o país tem que enfrentar. Mas deixo claro também, que essa opção não é dada aos homens e mulheres do mundo dos negócios e futuros empreendedores, independente da sua formação. Para estes, entender economia (nos aspectos micro e macroeconômicos) é imprescindível (algo obrigatório). Não é possível imaginar um profissional da área de gestão (empresário, consultor, CEO, etc) que não tenha uma perspectiva clara sobre a teoria econômica.
Infelizmente essa “obrigatoriedade” esbarra em uma série de dificuldades, entre elas o trabalho hercúleo de ensinar teoria econômica a alunos de fora do curso de ciências econômicas (neste último também não é algo fácil). O que envolve uma sintonia fina entre aluno e professor, o entendimento das demandas de cada turma e os objetivos deste conhecimento/ferramental para a formação profissional dos alunos. Outra dificuldade está no próprio conteúdo, com sua vastidão e densidade, mesclando história, métodos quantitativos, comportamento entre outras áreas. Assim, caberia ao professor a sensibilidade para escolher o melhor material, que expressasse com clareza e objetividade esse conteúdo. Mas também cabe ao discente a visão de urgência e a paciência de encarar o desafio de aprender esse conhecimento, sendo essas características básicas para qualquer empreendedor.
Nessa linha destaca-se o conceito de empreendedor. Conforme o SEBRAE: “Ser empreendedor significa, acima de tudo, ser um realizador que produz novas ideias através da congruência entre criatividade e imaginação”. Por sua vez a criatividade, com base na análise de Maria Fernanda Vomero (Revista Super Interessante), “(...)está associada à independência de pensamento, à persistência, à curiosidade, à ousadia e ao inconformismo(...)”. Vomero complementa dizendo que os “(...)criativos partilham também de um rol de habilidades chamadas cognitivas: fluência de idéias, flexibilidade – ou seja, capacidade de aceitar conceitos novos(...)”, o que se encaixa perfeitamente na necessidade de aprender economia. Em síntese, não pensem na ciência econômica como dificuldade, mas como oportunidade. E assim sejam bem-vindos a uma nova forma de ver o mundo!
Paulo Rogério Alves Brene. Economista. Doutor em Desenvolvimento Econômico - PPGDE/UFPR. Mestre em Economia Empresarial - UCAM/RJ. Professor Adjunto da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). Membro do corpo docente do Mestrado em Economia Regional - UEL e da Pós graduação em Economia Empresarial - UEL
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