quarta-feira, 19 de setembro de 2018

A Operação Lava Jato e o mercado acionário


O fortalecimento das instituições jurídicas responsáveis pelo combate da corrupção é essencial para o desenvolvimento econômico dos países. Nesse contexto, o combate à corrupção e de crimes financeiros complexos, como lavagem de dinheiro e evasão de divisas funcionam como um mecanismo de sinalização positiva aos agentes econômicos.

No Brasil, a partir de 2003, uma série de mecanismos foram criados que possibilitaram um significativo aumento no número de investigações. Uma das operações com maior notoriedade no cenário nacional observada nos últimos anos é a operação lava-jato, iniciada em 2014, que dentro de sua notoriedade, já recebeu reportagens, notícias, prêmios, filmes e até mesmo série de televisão. Desde o seu início, de março de 2014 a setembro de 2018, houve 53 fases da operação.

A alta repercussão da operação e a sinalização de um aprimoramento das instituições é um fator que tende a contribuir para a confiança no sistema financeiro nacional e, consequentemente, elevar a demanda por ações no mercado, sendo o indicador mais utilizado para avaliar o desempenho do mercado financeiro no Brasil o Índice Ibovespa.

O valor médio desse indicador foi de 45.117 pontos em 17/03/2014, primeira fase da lava-jato, para 74.656 pontos em 11/09/2018, representando uma elevação de, aproximadamente, 65%. Além disso, as oscilações diárias do mercado financeiro nas 53° fases da lava-jato mostraram-se, na maior parte dos dias das operações, positivas. Mais especificamente, em 33 fases o impacto na oscilação diária foi positivo e em 20, negativos.

Assim, o fortalecimento das instituições contra o combate à corrupção, aqui exemplificado pela operação lava-jato, pode ter repercussões em diversas variáveis macroeconômicas, até mesmo no mercado acionário, mostrando-se, assim, uma importante operação a ser acompanhada.



Luan Vinicius Bernardelli é professor colaborador da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) e doutorando em Economia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). 

Karl Schneider é graduado em Economia pela Michigan State University. Assistente de Ensino de Inglês pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). Bolsista da Comissão Fulbright Brasil. 

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