O
grupo de Conjuntura da Escola Paulista de Negócios formado por docentes mestres
e doutores divulgam as projeções para o segundo semestre de 2012. Os
professores do Grupo de Conjuntura da Escola Paulista de Negócios, se
debruçaram sobre as perspectivas da economia brasileira para o segundo semestre
de 2012, destacando que o país deve passar ao largo da crise internacional que
se arrasta, porém terá que lidar com sua própria crise interna, decorrente da
interrupção do ciclo de consumo que imperou no Brasil nos últimos anos. Lembram
que o acesso ao crédito possibilitou que famílias das chamadas classes C e D
ampliassem sua capacidade de consumo e simultaneamente puxassem o PIB
brasileiro nos anos recentes. Em
verdade, foram as condições de crédito, cujas prestações caibam no orçamento,
que garantiu que famílias, até então privadas de adequados níveis de consumo,
dele se valessem não só para recompor a obsolescência de produtos que já
dispunham, como para consumir outros e novos produtos e serviços sofisticando
seus níveis de consumo. Tal fenômeno sem duvida aquece a economia, entretanto, devemos
ter claro que o consumo induzido por crédito tem limites pelo simples fato de
que as famílias possuem um teto de endividamento ou de
comprometimento sobre a renda que é capaz de assumir.
Deste modo, a facilitação da concessão de crédito e a busca de satisfação e
realização por meio do consumo levam a dois problemas.
O primeiro é a inadimplência que no caso
brasileiro embora não seja alarmante quando considerada em termos do crédito
total concedido é, no mínimo, preocupante quando se considera somente o crédito
concedido para pessoas e famílias. Por óbvio, a inadimplência que decorre de
certa demasia de consumo com relação aos recursos disponíveis, leva não só a
interrupção do ciclo de compras dos produtos ofertados por empresas bem
estruturadas, mas afeta também os pequenos negócios e diversos setores da
economia popular.
O
segundo problema é que mesmo as famílias que realizam consumo responsável ou se
preferirmos consumo planejado e não possuem inadimplementos tenderam a
comprometer por prazos cada vez maiores a parcela da renda que podem dispor com
prestações de financiamentos, o que também leva a interrupção do ciclo de compras. O
Grupo de Conjuntura prevê um semestre desaquecido o que tende a perdurar se o
governo Dilma não alterar a política herdada de Lula.
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