quarta-feira, 18 de julho de 2012


O grupo de Conjuntura da Escola Paulista de Negócios formado por docentes mestres e doutores divulgam as projeções para o segundo semestre de 2012. Os professores do Grupo de Conjuntura da Escola Paulista de Negócios, se debruçaram sobre as perspectivas da economia brasileira para o segundo semestre de 2012, destacando que o país deve passar ao largo da crise internacional que se arrasta, porém terá que lidar com sua própria crise interna, decorrente da interrupção do ciclo de consumo que imperou no Brasil nos últimos anos. Lembram que o acesso ao crédito possibilitou que famílias das chamadas classes C e D ampliassem sua capacidade de consumo e simultaneamente puxassem o PIB brasileiro nos anos recentes. Em verdade, foram as condições de crédito, cujas prestações caibam no orçamento, que garantiu que famílias, até então privadas de adequados níveis de consumo, dele se valessem não só para recompor a obsolescência de produtos que já dispunham, como para consumir outros e novos produtos e serviços sofisticando seus níveis de consumo. Tal fenômeno sem duvida aquece a economia, entretanto, devemos ter claro que o consumo induzido por crédito tem limites pelo simples fato de que as famílias possuem um teto de endividamento ou de comprometimento sobre a renda que é capaz de assumir. Deste modo, a facilitação da concessão de crédito e a busca de satisfação e realização por meio do consumo levam a dois problemas.
 O primeiro é a inadimplência que no caso brasileiro embora não seja alarmante quando considerada em termos do crédito total concedido é, no mínimo, preocupante quando se considera somente o crédito concedido para pessoas e famílias. Por óbvio, a inadimplência que decorre de certa demasia de consumo com relação aos recursos disponíveis, leva não só a interrupção do ciclo de compras dos produtos ofertados por empresas bem estruturadas, mas afeta também os pequenos negócios e diversos setores da economia popular.
 O segundo problema é que mesmo as famílias que realizam consumo responsável ou se preferirmos consumo planejado e não possuem inadimplementos tenderam a comprometer por prazos cada vez maiores a parcela da renda que podem dispor com prestações de financiamentos, o que também leva a interrupção do ciclo de compras. O Grupo de Conjuntura prevê um semestre desaquecido o que tende a perdurar se o governo Dilma não alterar a política herdada de Lula.

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