sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Inteligência e Competitividade Permanente



Grande parte dos líderes empresariais afirma que muito do seu sucesso depende da previsão de tendências e da agilidade para adotar ações mais rapidamente do que a concorrência. Não sem motivo, empresas de segmentos diversos possuem algum método de coleta de informação dos seus concorrentes e das demais variáveis do ambiente externo e interno.
Contudo, os atuais modelos e técnicas de Inteligência Empresarial abriram novas perspectivas de desenvolvimento dessas práticas. Por exemplo, em nossa realidade, há algum tempo as premissas modelares da Inteligência Empresarial vêm auxiliando empresas e executivos brasileiros a lidarem com a disposição verificada nas grandes corporações internacionais de estabelecerem unidades autônomas de inteligência com o objetivo de fornecer subsídios para a tomada de decisão e dar mais segurança à formulação das estratégias.
Com base nas experiências exitosas e mais dinâmicas de empresas do exterior, que transformam dados esparsos em conhecimento estratégico, diversas companhias nacionais buscam implementar processos de inteligência que lhes permitam, tal qual as estrangeiras, criar uma visão multidisciplinar sobre o ambiente de negócios com o propósito de estabelecerem sistemas que ratifiquem a maior assertividade dos gestores e, portanto, ganho de mais vantagens competitivas para as elas próprias.
Mas o que é Inteligência Empresarial? Alguns diriam que é um método para compreender o comportamento competitivo por meio da análise acurada da informação disponível. Outros, que trata-se apenas de uma evolução natural dos processos de planejamento estratégico e de pesquisa. Particularmente, a entendomos como um sistema que captura sinais do mercado na busca da competitividade permanente.
A palavra competitividade é usualmente utilizada de forma imprecisa ou limitada, pois quase sempre é associada a algum posicionamento momentâneo e conjuntural. Entretanto, a competitividade permanente tem foco no futuro, ou seja, na capacidade de evolução da empresa, em sua velocidade de reagir em um ambiente concorrencial, no seu potencial de inovação e em seu desenvolvimento continuado.
Assim, a Inteligência Empresarial tem sempre um olhar antecipativo, vez que a competitividade permanente é um processo com o objetivo de possibilitar que a empresa esteja melhor posicionada no futuro. Para tanto, a Inteligência Empresarial cria um sistema que não só busca antecipar o futuro, mas que também conecta a empresa ao seu ambiente, diagnosticando eventuais disfuncionalidades tanto internas, quanto externas, analisando suas causas e agindo no sentido de superá-las ou suprimi-las.
A implementação dos pilares da Inteligência Empresarial garante o estabelecimento de uma organização simultaneamente vigilante no presente e com foco antecipativo que, assim fazendo, se adapta ao ambiente pela aprendizagem e inovação, ampliando habilidades e competências. A aprendizagem aliás é a condição necessária para que a empresa seja inter-relacional e interativa, bem como para que saiba lidar com a informação e a comunicação de modo a que possa dispor, no tempo desejado, de análise sobre seus ambientes, quer seja em termos do seu funcionamento e condição atual ou sobre sua evolução nos períodos vindouros.

Assim, para adaptar-se e viabilizar sua competitividade durável, a organização se vale da Inteligência Empresarial que lhe permite entender o nível de incerteza de seu mercado e estar, de forma antecipada, preparara para as mudanças, mais assertiva para a tomada de decisão, pronta para a definição do seu diferencial competitivo, auxiliando a empresa a estabelecer o que se pode chamar de sensemaking, vencendo a miopia estratégica, gerando agilidade e reduzindo sua vulnerabilidade frente ao seu mercado relevante.






Fabiana Pinheiro é professora do curso de Inteligência Empresarial, mestre em Administração pela PUC-SP e pós-graduada em Marketing e Comunicação Internacional. Executiva e consultora de Comunicação Corporativa e Relações Públicas.









Ronaldo Rangel é professor do curso de Inteligência Empresarial, doutor desenvolvimento econômico pela Unicamp. Sócio de consultora de econômica, especializada em análise de concorrência e elaboração de cenários.

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