quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Confira matéria do Valor Econômico: Faculdades privadas pequenas e médias estão em risco, diz estudo

Por Andrea Jubé | VALOR ECONÔMICO
Um diagnóstico das pequenas e médias instituições de ensino superior particulares coloca em xeque a sobrevivência desse setor, que representa 67% de todo o mercado universitário privado no país, com 1 milhão de alunos. Estudo patrocinado pela Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) em parceria com os institutos Expertise e PHD mostra que as pequenas e médias faculdades agonizam quando comparadas com grandes grupos do setor e universidades públicas.
Entre 2008 e 2012, enquanto o total geral de instituições de ensino superior cresceu 5%, as unidades com menos de 3 mil alunos - que somam 1.419 unidades num universo de 2.416 instituições - encolheram 8%. As pequenas e médias particulares também perderam matrículas, enquanto universidades públicas e privadas e centros universitários registraram avanço. Além disso, elas estão atrás em termos de qualidade, de acordo com indicadores oficiais do Ministério da Educação (MEC).
O diagnóstico encomendado pela Abmes, que levantou informações em 174 instituições conforme localização e número de alunos, aponta que são necessárias mudanças no modelo de regulação e supervisão da qualidade de ensino e estrutura oferecida, que hoje não diferencia as instituições por porte ou categoria (universidade, centro universitário ou faculdade). Basicamente, os representantes do setor reivindicam que o governo "avalie os desiguais em igualdade de condições" - que instituições diferentes não sejam avaliadas com base nos mesmo critérios.
O Valor apurou que o diagnóstico chegou às mãos do Ministro da Educação, José Henrique Paim, e do secretário-executivo do MEC, Luiz Cláudio Costa, que até o ano passado era secretário de Ensino Superior da pasta. Eles comandaram nas últimas semanas reuniões internas sobre o assunto. A Abmes espera que o governo indique novas diretrizes para o setor já no próximo mês.
A expectativa do setor, a partir de informações reportadas às mantenedoras das instituições de ensino, é que o MEC possa rever os critérios e mecanismos de avaliação do ensino superior no Brasil. Atualmente a regulação do ensino superior brasileiro, público e privado, é feita pelo com base no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e um conjunto de regras estabelecido pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).
"O MEC simplesmente pega a nota do Enade, transforma em um conceito preliminar e com esse resultado, diz que A tem qualidade, e B não tem", opina o diretor-executivo da Abmes, Sólon Caldas. A alegação principal é de que o MEC adota um critério reducionista, em vez de aplicar inteiramente a Lei do Sinaes, que recomenda uma visão integrada na avaliação das instituições.
Considerado componente curricular obrigatório, o Enade é aplicado periodicamente aos estudantes de graduação no primeiro e no último ano dos cursos. A nota nesse exame, não vinculada diretamente ao aluno, serve de base para gerar dois indicadores de qualidades dos programas acadêmicos: o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos Avaliados (IGC). O MEC pode suspender o funcionamento de instituições e cursos se o desempenho no CPC e no IGC for ruim.
O resultado do Enade de 2009, 2010 e 2011 mostrou que 37,7% das pequenas e médias faculdades privadas são consideradas insatisfatórias, 53,6% têm desempenho satisfatório e apenas 7,5% têm excelência reconhecida.
O documento da Abmes afirma, entretanto, que esses índices colocam essas unidades de ensino, de largada, em desvantagem em relação a centros universitários e universidades. Isso porque, argumenta o estudo, há diferenças fundamentais entre essas unidades de ensino.
As universidades e centros universitários são obrigados a contratar no mínimo 33% de mestres ou doutores, mas as faculdades não. E é nessa categoria que se encontram 98% das pequenas e médias instituições. No entanto, todas se submetem aos mesmos critérios de avaliação.
Mesmo sob parâmetros considerados injustos pelas quase mil instituições associadas à Abmes, os resultados desse estudo revelaram que as pequenas e médias instituições de ensino superior melhoram os indicadores locais: desenvolvimento social, renda local e fixação do jovem na região onde atuam.
O impacto no Produto Interno Bruto Nacional (PIB) das faculdades analisadas é de R$ 133 milhões em municípios em que elas não estão presentes. Já onde funciona pelo menos uma instituição de ensino superior (IES) pequena ou média a participação no PIB local alcança R$ 867,4 milhões. De igual forma, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) chega a 0,72 onde há uma IES. Sem ela, é de 0,65. A massa salarial gerada a partir das IES de pequeno e médio portes é de R$ 4 bilhões por ano.
Para Caldas, o governo privilegia o ensino público em detrimento do privado. "O governo ainda é muito enviesado ideologicamente para as públicas", critica. Segundo ele, um contrassenso, já que sem a parceria com instituições particulares, em programas sociais de acesso ao ensino superior, como o PROUNI e o Fies, a expansão do setor - uma das plataformas eleitorais da presidente Dilma Rousseff - não se viabilizaria.
Dos 7 milhões de alunos brasileiros matriculados no ensino superior público e privado, 5,1 milhões estão na rede privada - 1,6 milhão contam com os financiamentos facilitados do Fies e 1,4 milhão são bolsistas do PROUNI. Embora as vagas no ensino superior tenham duplicado nos últimos 12 anos, os números ainda deixam a desejar: a taxa líquida de matrículas no ensino superior (na faixa etária de 18 a 24 anos) no Brasil é de 14%, enquanto em outros vizinhos emergentes, como México, Chile, Colômbia, esse índice é de 35%. A meta do Plano Nacional de Educação (PNE) é atingir a taxa de 33% em 2024.
A Faculdade de Ciência e Tecnologia Área 1 oferece, exclusivamente, cursos de engenharia para alunos de Salvador e região metropolitana. Deveria ser uma prioridade para o MEC, já que em pronunciamentos recorrentes, a presidente Dilma tem reiterado a necessidade de se formar mais engenheiros no país. Nos bastidores, o governo cogitou importar engenheiros, num programa esboçado nos moldes do Mais Médicos.
Contudo, a Área 1 aguarda há quase dois anos o desfecho do processo de supervisão a que o MEC a submeteu. De acordo com Nadja Viana, assessora do grupo Devry Brasil - ao qual pertence a Área 1 - a faculdade firmou com o ministério um protocolo de compromissos, em janeiro de 2013, solicitando 90 dias para sanar as deficiências.
Nesse período, adotou medidas como a revisão e atualização do projeto pedagógico de cada curso, a revisão dos planos de ensino, a ampliação e atualização do acervo bibliográfico e a adequação de laboratórios. Além disso, atingiu a meta de 100% dos professores com títulos de mestrado e doutorado.
Apesar desse esforço, e dos investimentos feitos, o processo se arrasta e 14,5% das vagas estão suspensas. São cursos estratégicos, porque a unidade atende alunos de Camaçari, onde funciona um dos polos petroquímicos do país. Os cursos ofertados são de engenharia ambiental e sanitária, civil, controle e automação, computação, produção e elétrica. Atualmente, há 2.978 alunos matriculados, e mais de 170 vagas suspensas.
"O ensino privado tomou uma dimensão que o governo não acompanhou e, agora, não tem estrutura para dar vazão às demandas que requer", diz Caldas. "O que é bom ou ruim não condiz com a realidade (segundo os critérios de avaliação em vigor)", conclui. O Valor consultou o MEC sobre o estudo, mas não obteve resposta.

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Bu

domingo, 24 de agosto de 2014

Friedrich W. Nietzsche, filósofo e escritor

O filósofo morreu em 25 de agosto de 1900.

Órfão de pai aos cinco anos, Nietzsche passou a sua infância em Naumburg, uma pequena cidade da Alemanha às margens do rio Saale, onde cresceu em companhia da mãe, tias e avó. Foi batizado como Friedrich Wilhelm em homenagem ao rei da Prússia. Mais tarde, o filósofo abandonou o nome do meio.

Considerado por professores como um aluno brilhante, recebeu dos colegas o apelido de "pequeno pastor", profissão dos seus avós, que eram protestantes. Aos 14 anos, em conseqüência de sua dedicação aos estudos, obteve uma bolsa na renomada escola de Pforta. Lá, ganhou fluência em grego e latim e, ao mesmo tempo, começou a questionar os ensinamentos do cristianismo.

Depois de Pforta, foi para Bonn estudar filosofia e teologia. Convocado para o Exército em 1867, escapou da atividade devido a uma queda durante uma cavalgada. Convencido por um professor, passou a morar em Leipzig para estudar filologia. Com apenas 24 anos, conseguiu ser nomeado professor de filologia clássica na Universidade de Basiléia. Seu primeiro trabalho acadêmico conhecido foi "A Origem e Finalidade da Tragédia", que escreveu em 1871.




Nesta época, começou a sua amizade com o compositor Richard Wagner. A casa de campo do músico, localizada nas imediações do lago de Lucerna, em Tribschen, serviu-lhe de refúgio e inspiração.

Em 1870, acontece a guerra franco-prussiana e Nietzsche participa como enfermeiro do Exército, mas uma crise de difteria e disenteria impede o filósofo de continuar trabalhando. A partir daí, publica o seu primeiro livro, "O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música" (1871), obra que recebeu grande influência de Wagner e Schopenhauer.

Com crises constantes de cefaléia, problemas de visão e dificuldade para se expressar, foi obrigado a interromper a sua carreira universitária por um ano, mas não deixou de escrever. Quando tentou retornar às atividades acadêmicas, enfrentou sérios problemas em suas cordas vocais que tornaram a sua fala quase inaudível.

Em 1879, quase cego, Nietzsche abandonou definitivamente a universidade, passando a dedicar-se exclusivamente à escrita. Neste período, editou seus principais livros, mas a fama somente chegou ao final do século 19, perto de sua morte. Publicou, então, "Humano, muito humano", e passou temporadas em Veneza e Gênova. Muito abatido com a rejeição por parte de Lou Andréas Salomé, jovem finlandesa com quem pretendia se casar, o filósofo voltou a morar com a mãe e a irmã, sempre demonstrando solidão e sofrimento.

Na última década de vida, Nietzsche começou a apresentar sinais de demência e a escrever cartas para muitas pessoas. Assinava seus textos como "Dionísio" e "O Crucificado". Internado na Basiléia, teve o diagnóstico de paralisia cerebral progressiva, que segundo os médicos, provavelmente foi causada pelo uso de drogas como ópio e haxixe, ingeridas pelo filosofo como auto-medicação.

Uma de suas obras mais conhecidas é "Assim falava Zaratustra". O livro narra os ensinamentos de um filósofo, Zaratustra, após a fundação do Zoroastrismo na antiga Pérsia. Baseado em episódios, as histórias do livro podem ser lidas em qualquer ordem. Outras obras importantes do filósofo são "Além do Bem e do Mal" (1886), "A Genealogia da Moral" (1887), "O Caso Wagner" (1888), "O Crepúsculo dos Ídolos" (1889) e "Os Ditirambos de Dionísio" (1891).

Os estudiosos em Nietzsche classificam a sua obra como uma crítica aos valores ocidentais, da tradição cristã e platônica. Desde seus primeiros textos, as idéias do filósofo grego Platão eram condenadas como decadentes. Ao mesmo tempo, o filósofo repudiava o cristianismo e o classificava como 'platonismo para o povo'. A sua proposta era o resgate de um super-homem criador, que ficasse além do bem e do mal.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A NOSSA VITAMINA POLÍTICA



O debate para disputa ao governo do Estado do Rio de Janeiro passado na Band me fez lembrar a famosa frase de Holanda Cavalcanti, cunhada no Brasil Império, que dizia: “Nada mais parecido com um Saquarema do que um Luzia no Poder”. Tive tal lembrança por perceber que há muitos anos alterna-se o governante, mas a mesma estrutura permanece no Poder inalterada. Pelo perfil dos atuais candidatos, essa estrutura continuará imarcescível, ao arrepio do ideário republicano, que pressupõe alternância de poder. 

Quando Garotinho foi governador do Rio sua vice-governadora foi Benedita da Silva, que hoje critica Garotinho aos quatro ventos, sendo Secretária de Ação Social no governo Pezão e integrante do PT, partido do candidato Lindberg e da Presidente Dilma, cujo vice-presidente é Michel Temer do PMDB, sim, do PMDB, partido do candidato Pezão. Crivella, por seu turno, também faz parte da argamassa do nosso sólido tijolo do poder, foi Ministro da Pesca no mandato de Dilma até poucos meses atrás, apoiou Sérgio Cabral no segundo turno das eleições de 2006 e, por pouco, não deixou de concorrer ao governo, para ser vice da chapa de Garotinho, cujo partido (PR) é aliado em vários estados do PT, PMDB e PRB. 

No governo Dilma contamos, ainda, com Edison Lobão, do PMDB, no Ministério de Minas e Energias. Essa figura esdrúxula é maranhense, cria de José Sarney (ele nunca fica de fora), que de energia mal sabe acender a luz, como diz Palmério Dória. Maluf também não fica de fora dessa festa. Seu partido – o PP – recebeu de presente do governo Dilma o Ministério das Cidades e do governo de Sérgio Cabral a Secretaria de Transportes. Moral da história: independentemente de quem assuma o governo do Rio de Janeiro, estaremos com nosso destino traçado ao talante do mesmo bloco de Poder. Por mais que tenhamos uma figura nova com promessas de mudanças, as promiscuas alianças, as quais, pretensiosamente, acompanham o fluxo dos vencedores, desaguarão no império do mesmo bloco de poder. É como se colocássemos todos esses candidatos no liquidificador e extraíssemos daí uma vitamina. Essa vitamina é o que nos alimente há anos e continuará assim. 

A democracia sucumbe mais uma vez diante do triunfo inevitável dos donos do Poder.


Gabriel Dolabela é professor na
Escola Paulista de Negócios e da
Universidade Candido Mendes - RJ

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

EPN e UENP firmam parceria


O prof. Ronaldo Rangel da Escola Paulista de Negócios conduziu, na última segunda-feira, o seminário Triangulação Metodológica e Construção de Cenários Econômicos para alunos do programa mestrado em Economia Regional da Universidade Estadual de Londrina – UEL

No mesmo dia, a noite, proferiu palestra para alunos de graduação dos  cursos de economia, administração e contábeis da Universidade Estadual do Norte do Paraná UENP (campus Cornélio Procópio)

Na ocasião a EPN firmou acordo de cooperação com a UENP para o desenvolvimento de estudos sobre potencialidades regionais com base em simulações de Matrizes Insumo Produto.

Palestra do prof. Rangel na UENP

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Prêmio Economista do Ano

A Ordem dos Economistas do Brasil e o Conselho Regional de Economia de São Paulo realizaram a solenidade do 36º Prêmio Economista do Ano e 19º Prêmio Corecon-SP em Excelência em Monografia que tem o patrocínio do Banco Bradesco S.A., Banco do Nordeste do Brasil, Eletrobras, Takaoka, Qualicorp, Grupo Matsuda e Grupo Comolatti.

Economista Gustavo Loyola foi eleito, “Economista do Ano de 2014”

Foram também homenageados os profissionais abaixo nas seguintes categorias:

Economista-Chefe: José Francisco de Lima Gonçalves – Banco Fator
Economista Homenageado: Monica Baumgarten de Bolle - Instituto de Estudos de Política Econômica - Casa das Garças
Menção Honrosa: David Kupfer – UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
Jornalista Econômico: Mara Luquet – Rádio CBN – Globo News


O 1º Lugar no prêmio Excelência em Monografia foi concedido para a recém formada Luiza Cardoso de Andrade, Autora da Monografia “Custos De Oportunidade da Preservação Ambiental; O Caso da Amazônia Legal Brasileira”  sob a Orientação do Professor: Prof.Dr. André Luiz Squarize Chagas da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade De São Paulo.

Por fim a Medalha “Ministro Celso Furtado”, criada em 2012 foi conferida ao Economista Carlos Eduardo Gabas em reconhecimento aos Serviços Prestados na Área das Ciências Econômicas.

Gustavo Loyola “Economista do Ano de 2014”